sexta-feira, 16 de abril de 2004

E não se pode exterminá-los?

Não é novidade nenhuma a não ser para os completamente distraídos, que a politica social ( ? ) do actual governo, se fosse avaliada em graus Celsius, estaria bastante abaixo do zero. Neste momento a palavra de ordem é congelar.
Não só não se abrem praticamente nenhumas estruturas novas de resposta a necessidades sociais ou da família (quando muito “reciclam-se” algumas, já existentes, com novas fachadas) como se vai passando para a mão do privado, sob variadas capas, organismos que sempre tinham sido respostas públicas e custa imaginar que o deixem de ser. Há poucos dias, estava numa reunião com várias pessoas que tratavam de projectos na área da infância, quando uma deles a referir-se a determinada instituição, teve um acto falhado que provocou um ataque de riso contagiante. Para quem entrasse desprevenido, seria um verdadeiro espectáculo ver dúzia e meia de pessoas com idade para terem juízo, sem serem capazes de parar de rir. E tudo porque alguém, candidamente, em vez de dizer, como tinha imaginado, que os nossos superiores pretendiam "extinguir" determinado serviço, tropeçou na palavra e disse “...como querem exterminá-lo” Podem imaginar a galhofa que por ali foi. Todos fomos contribuindo com algumas brilhantes ideias para transfigurar o ministro Bagão em Schwarzenegger.
Foi das vezes em que saímos daquela malfadada sala mais bem dispostas. Claro que ficou tudo como das restantes vezes, que é como quem diz, um bocadinho pior, mas ao menos saímos a limpar lágrimas de riso, que é o que se leva desta vida.
À espera do elevador ainda se dizia baixinho “E não se pode exterminá-los?” e todos sabíamos a quem nos referíamos.
M.L.


Sem comentários: