quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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quarta-feira, 15 de setembro de 2004

O HORROR

Quero acreditar que é mentira. Tenho de acreditar que é mentira! É que li que A Síria testou em Junho armas químicas sobre a população de Darfur e recuso-me a acreditar.
Chega!
Afinal foi só um jornal que falou nisto. Foi inventado de certeza. Mas só pensar-se nisso já arrepia.

M.L.

Ser mãe é:

Chamaram-me a atenção para um post chamado naturalmente
Ser mãe é do Blog Controversa Maresia, e não posso deixar repetir aqui esse conselho que me deram. Vão lá ler!
Porque, para além da ironia, sente-se que existe também um profundo amor no que está escrito. É certo, ser Mãe é aquilo e... o que está nas entrelinhas.
M.L.

Dança de moscas gestores

Acabei de ouvir na rádio.
Os presidentes do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António de Sousa e Mira Amaral, foram afastados dos cargos pelo ministro das Finanças
Vamos ver qual vai ser a grande alteração.
O programa segue dentro de momentos. O programa neo-liberal, entenda-se.
M.L.

Pois é!


Também dá que pensar...
Não será que andamos com ideias-feitas?
M.L.

Carreiras de professores

Esta é que é uma surpresa! Pelo menos para quem não pertence a este grupo profissional, mão se imagina que na carreira de professor exista um leque tão aberto de remunerações.
Mas diz-nos o relatório «Um olhar sobre a educação. Indicadores de 2004» que os «professores em topo de carreira em Portugal auferem vencimentos mais elevados que na média dos restantes países da OCDE [.....]e em contrapartida, no início de carreira um professor português ganha 15.873 euros, face a 18.702 ganhos pelos professores na média dos países da OCDE» Ups!?
A explicação é que até ao 7º escalão as subidas são pequenas e só ao fim de 26 anos se começa a ganhar melhor, diz o Sindicato. Pois, mas porquê? Não serão licenciados da função pública? Assim como me parece incrível esta dança das cadeiras anual, por causa das colocações, também estranho a diferença de vencimentos. Ou há moralidade...
PS - Se qualquer modo, esta comparação é um pouco falaciosa, porque tudo isto se passa dentro da nossa pequenez de vencimentos. Decerto que serão "mais elevados" em relação aos demais colegas, mas não dá para comparar com salários da "outra europa".
M.L.

Assim se vê a força da esquerda

É que a mão esquerda foi desprezada durante séculos. Ainda não há muitos anos, chegava-se a atar a mão esquerda ao corpo da criança para a obrigar a utilizar a direita. Eu sei bem isso, que sou filha de dois canhotos contrariados... Ora afinal: Poderão existir, em todo o mundo, mais pessoas canhotas do que inicialmente se julgava . Pois é. Os estudos feitos só avaliavam quem usava a mão esquerda para escrever. E os outros? Os canhotos “não assumidos”? Reparem quantas pessoas há que apesar de escreverem com a direita (pudera...) utilizam a outra para a maioria das actividades ? Muito interessante. Os esquerdinos saem do armário.
M.L.

Adeus às Armas

Desta vez é que é. Sempre parece que o Serviço Militar Obrigatório termina no Domingo
É que já atingiram os tais 12 mil suficientes para se fazer um exército. Portanto, se eu entendo bem, agora passa a ser uma profissão como outra qualquer. Sei que este tema é polémico. Há quem ache que a guerra é séria demais para ficar nas mãos de militares. E que a profissionalização é uma faca de dois gumes. Eu não me pronuncio.

M.L.

Desde que haja alunos...

Vai ser cá uma alegria. Já se imaginou?
As aulas abrem, mas durante quatro dias é só para reinar. Professor fóra dia santo na escola!
É que a Divulgação da lista de colocação de professores foi adiada para segunda-feira . Mas nada de alegrias excessivas, ó rapaziada, que «malgrado este atraso, num número significativo de escolas o ano lectivo iniciar-se-á conforme previsto, a 16 de Setembro ». Certo. É uma questão de saber onde começa a ser um número significativo. Parece que o sindicato dos professores prevê que 90 por cento das escolas da região centro não comecem aulas a 16 de Setembro É significativo. Já são 10%!!!! É qualquer coisa. Já imaginaram o que seria essa percentagem no nosso ordenado...
Senhora Ministra, tenha dó. Porque não assumir que se meteu num grande buraco? Tem acontecido tanta vez.


M.L.

terça-feira, 14 de setembro de 2004

Separação de águas

A lógica é uma coisa engraçada. Uma espécie de ginástica do pensamento. E a propósito da dificuldade em definir limites para certas categorias dei por mim a pensar que só há um modo de dividir seja o que fôr em 2. Vamos ver se pensam como eu: Uma pessoa ou está a dormir ou está acordada. Está suja ou está limpa. Está a mentir ou a dizer a verdade. Uma coisa é nova ou usada. É pesada ou leve. É simples ou complicada. Errado, não é verdade? Com este tipo de exemplo, entra logo pelos olhos dentro que há um número infinito de categorias entre os dois pontos. É que separar águas é quase impossível!
E aqui vem o truque da lógica. É acrescentar a palavrinha NÃO. Já está. Divisão perfeita: o novo e o não-novo, o simples e o não-simples, a mentira e a não-mentira, o pesado e o não-pesado.
Mas agora vem a pirueta do pensamento que a lógica não abrange: falta a definição exacta do primeiro conceito. O que quer dizer “novo” ? O que é exactamente “sujo”? Lá vamos outra vez na montanha russa, sem uma indiscutível definição todo o raciocínio se desmorona. De facto a linguagem e a comunicação é bem difícil!
M.L.

Peões

Na questão do trânsito, peões somos todos. É elementar. Todo o indivíduo que utiliza um transporte, tem de entrar e sair dele. Sou capaz de imaginar os super-vips, que têm carro com motorista e se limitam a atravessar o passeio para entrar no carro, e depois a sair e atravessar outro passeio, ou entrada de vivenda. Contudo quero acreditar que mesmo esses, de vez em quando precisam de andar uns metros a pé... Bom, portanto, está assente que peões somos todos. Então, qual a motivação que leva as pessoas a não respeitar o código dos peões? Não estou a acusar, eu também pertenço ao grupo. Está uma passadeira a uns metros de distância, mas se eu quero ir para a porta mesmo em frente do outro lado da rua, para que é que vou até lá? Como reconheci, eu mesma farto-me de fazer isso. Mas já me confunde quando essa acção se torna uma gincana arriscadíssima, o que muitas vezes acontece. O percurso que agora faço para ir trabalhar passa em frente da estação de barcos da Praça do Comércio. Quando chega um barco, vê-se grupos de pessoas, a corta-mato, por entre os carros e autocarros para chegarem à sua paragem. A passagem está um pouco distante, só que o risco é mesmo risco de vida! Mas logo a seguir, na zona a seguir ao Cais do Sodré, acho que a razão está toda com os peões. A distância entre duas passadeiras é inacreditável! Uma pessoa ou atravessa no Cais do Sodré ou vai atravessar em Santos! Haja bom-senso, por favor.
M.L.

«Eu não sou assim»

Vou entrar numa de auto-crítica. Ou não sei bem se a palavra crítica é a correcta, antes uma auto-análise.
Eu oiço, vejo, encontro, muitas pessoas, que ao admitiram alguns comportamentos que de alguma forma as prejudicaram, ou prejudicaram outros, usam a expressão: «Eu sou assim!» que tanto pode ser «sou assim e, paciência...» como «sou assim, e quem não gostar que se afaste». Mas o sentido é sempre de que não há nada a fazer. Nasceram assim, e a mudança é impossível - também não respiram debaixo de água, nem batem asas no céu. E creio que essa atitude é irritante para os outros mas lhes dá um certo consolo.
E quase os invejo. Eu tenho passado a vida a fazer burradas, e a pensar depois .”Como foi possível?!” Mas foi. Como se afinal “eu fosse assim”...
Tal como não pedir comprovativos de cursos que frequento com a ideia romântica de que o importante é ficar a saber. E depois como provo que sei? De não guardar documentos que imagino ninguém precisar de ver, e enganar-me. De só combinar preços de trabalhos no final de estarem feitos, com o risco de nunca vir a receber nada por isso. É que tem sido mesmo umas a seguir às outras e de cada vez o arrependimento tem sido maior. Como se de facto existisse um padrão de comportamento claramente totó. Mas custa-me admitir : Eu sou assim: totó!
M.L.

Obrigado, ...

... João.

Assobios

O Dr. Santana foi ouvir a Madonna. É lá com ele. Eu não iria, mas isso de gostos, cada um tem os seus. E lá que foi um acontecimento mediático, dos que ele gosta, ninguém pode negar. Agora... Surpresa!!! . Imagine-se que os espectadores o receberam ao assobio. Já não há respeito. Mas enfim, foi um baptismo: « O primeiro-ministro, Santana Lopes, recebeu ontem à noite a sua primeira grande vaia pública». Parabéns, Dr, Santana, afinal a sua popularidade é grande. Mesmo entre fãs da Madona, o que dá para imaginar que o leque de desapoio é bem aberto.

PS - Se calhar houve engano. Eram assobios de apreço à cantora. Foi, mas foi, uma confusão.
M.L.


Mais pobres e mais agressivos

Não é de estranhar. Uma coisa, normalmente, arrasta a outra. Dizia-se que “casa onde não há pão...”. Mas apesar de tudo, das censuras que faço, gosto muito da minha terra. E dói-me vê-la apontada como o segundo ... a contar do fim ou seja Portugal apenas à frente da Grécia entre os antigos Quinze no que toca à pobreza . Tanto quanto entendo, são dados fiáveis, do gabinete estatístico da União Europeia, o Eurostat. E ficamos também a saber que a violência subiu de um modo notável. Onde estão os “brandos costumes”? Devem ter ido atrás do pão.
M.L.


Justiça e bons exemplos

Não sou daquelas que acha que cada profissional tem de ser infalível quando “pratica a sua profissão”. Oiço muitas vezes comentários do tipo “olha, é psicólogo e está deprimido” ou “não deve ser bom pintor que a casa dele está a precisar de ser pintada”. Sei muito bem que uma coisa é a vida profissional e a outra particular, doméstica. E ainda mais, também sei que não são dois ou três casos, que podem servir para acusar um grupo profissional, o que acontece demasiadas vezes.
Pondo isto como ponto prévio, chamou-me a atenção que seja o terceiro processo instaurado a um juiz, na sequência de declarações no âmbito do processo Casa Pia . Em que ficamos? Há segredo de justiça, pelo menos formalmente, ou os próprios juizes saltam por cima desse pormenor? Por maior que seja a pressão da Comunicação Social, este é mesmo um campo onde devem dar o exemplo. Assim não vale.
M.L.

País real

Enquanto em Lisboa tropeçamos em pedintes constantemente ( basta sair de casa, parar em cruzamentos, andar de metro, por vezes apenas entrar num café ) vamos tendo a ideia falsa de que o “mal” está concentrado por aqui e as coisas no resto do país são menos gritantes. Se calhar o caso é esse: “menos gritantes”. A pobreza é mais envergonhada. Mas afinal verifica-se que
Em Guimarães, há 700 famílias inscritas na lista de pedidos de habitação social e perto de duas centenas a solicitar apoio alimentar
.
«É dramático» diz o Presidente da Câmara. Não há dúvidas. Porque o que se lê é que é uma pobreza escondida, tímida, diferente da que se vê na capital porque apesar da miséria custa-lhes recorrer a uma ajuda. Ainda doi mais.
Existe uma instituição chamada Fraterna que conjuga todas as ONGs de apoio para além da ajuda oficial. E afirma que «a lista tem vindo a aumentar e o perfil das pessoas que solicitam os apoios é cada vez mais diversificado». É este o nosso país. A nossa política social.
M.L.

Bowling for Columbine

Ora bem. Em 1994 Bill Clinton assinou uma proibição de fabrico e venda de armas semi-automáticas. Essa medida seguiu-se a uma série de tiroteios com armas semi-automáticas no estado da Califórnia, de que resultaram 34 mortos
Passaram-se 10 anos e a lei caducou. Óptimo. Podem voltar a matar-se à vontade.
Desculpem-me. Este tema é tão grave que não há humor possível. Mas custa ver uma cegueira tão grande. Como é possível continuar a vender-se armas de morte desta maneira. Será que aquela gente não aprende?
M.L.

Devemos ter ouvido discursos diferentes

Ontem à noite, estive a ouvir o Senhor Ministro das Finanças e fiquei na mesma. Não me disse nada que não soubesse. Minto. Disse-me uns números que eu não sabia mas que também não me adiantam muito. Sou tão saloia, que o dinheiro para além de um certo valor, deixa de ter sentido, é uma abstracção. Para mim, essas coisas das macro-economias são chinês. Falar em dois mil milhões de euros, é uma abstracção.
Portanto o que me disse foi mesmo muito vago. Entendi que ele não quer mas vai continuar a precisar de receitas extraordinárias. Bem. Já calculava. O resto para mim foram coisas completamente vagas.
Mas... o meu aparelho de TV não deve andar lá muito bom. Possivelmente o do Sr. Luis Delgado é de uma marca melhor, porque ele conseguiu ouvir Bagão Felix claro, objectivo, com metas, e sem promessas demagógicas . Que bom aparelho. Quero ver se arranjo um desses para mim.
M.L.

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

O Ovo de Colombo

Pronto. Tudo o que ia escrever, está já escrito e melhor do que eu faria, pelo Luís Rainha . Mas como já vinha com esta engatilhada, não vou perder o post...
Como se trata de saúde é mais de chorar, mas a verdade é que dá vontade de rir. Uma ideia genial. Lembram-se de uma palavra de ordem que era "os-ricos-que-paguem-a-crise"? Era natural, quem tinha dinheiro, pagava. Agora temos que "os-doentes-que-paguem-o-tratamento". E porque não? Não adoecessem, ora então!? Fiquei mesmo interessada, um governo tipo Robin dos Bosques, que tira aos que têm mais, para subsidiar os pobrezinhos. São medidas de longo alcance e, em breve, os países nórdicos que tinham uma política social razoável, virão em fila a Portugal perguntar como se faz. Há para aí uns ricaços, que quando se sentam mal dispostos decidem ir entupir as urgências dos hospitais. É mal. Não se faz. E ficam 8 horas ali até serem atendidos enquanto o seu motorista lhes vai trazendo um termos com café e uns pastelinhos de nata. O Ambrósio trás "algo", à senhora do chapéu amarelo, enquanto ela espera por ser atendida. Agora isso vai acabar! A patroa do Ambrósio vai pagar muito mais do que o próprio Ambrósio, a não ser que... Espera, a não ser que, ele declare aquilo que ganha ( não tem outro remédio) e ela prove ter o salário mínimo nacional. E porque não?
O chocante nesta história é o reconhecimento público da fuga aos impostos e uma completa aceitação dessa situação. Com a maior franqueza, pagaria sem resmungar a minha parte de impostos se sentisse que era uma situação partilhada. Certo, estamos todos no mesmo barco, faz sentido remarmos mesmo contra a maré. Mas TODOS. Assim não.
M.L.

Mérito


A palavra é bonita. MÉRITO. É esdrúxula, e o E muito aberto dá-lhe uma certa alegria. Também é um pouco imponente
- M É R I T O ! Assim a modos que como uma condecoração, "pelo seu mérito, ofereço-lhe esta medalha". Tá, tá, tá, tá !!! E, pelo que se ouviu agora, quem trabalha para a função pública vai ser classificado segundo o seu mérito, o que só lhes fica bem. Claro que se põe o problema de quem avalia o mérito de quem. Mas isso fica para uma segunda investigação. Por hoje o que me fez pensar foi a informação de que as pessoas passariam a ser pagas segundo o respectivo "mérito" ou por outras palavras, pelo seu desempenho. Portanto, o que me parece até muito bem, colegas de trabalho com desempenhos diferentes passarão a receber ordenados diferentes. E agora vem a tal perguntinha antipática: Essa avaliação chega a todos os cargos? Vamos ter ministros a ganhar menos do que outros? Estou ansiosa por ver. Por exemplo, a Ministra da Educação...
M.L.

Regresso ou ...férias?


Há cerca de 4 meses e meio, escrevi aqui "Adeus, até ao meu regresso". Estava de abalada para outro blog onde
colaborei durante todo este tempo. Lá diverti-me, emocionei-me, vibrei, conheci muita gente (virtualmente) e fiquei a simpatizar fortemente com alguns outros bloggers. Uma experiência muito enriquecedora. Sinto-me sinceramente grata por ma terem proporcionado e a poder ter vivido. São estas coisas que dão colorido à vida para não ser de um cinzentismo bem triste.
É claro que escrever no Cão de Guarda é um acto de cuco - estou a esconder uns ovos num ninho que não fiz. Mas a verdade é que esta porta aberta é uma tentação. Fica tudo muito mais fácil, o trabalho da criação do blog está feito, e este senhorio não podia ser mais simpático.
Se hoje aqui volto é porque estou numa pausa de meditação. Um blog colectivo como aquele onde estive levanta por vezes emoções difíceis de gerir. Precisamos de pausa. Até aí tudo bem, mas o complicado é a tal blogodependência, como já lá reconheci. Habituei-me de tal forma a escrever diariamente que, se me falta a droga, entro a ressacar. Difícil, não é? Valha-me o Cão de Guarda !
De modo que, enquanto o dono do Cão deixar, vou ficando por aqui. Se quem por aqui passar for atirando um ossinho ( e, como pedir não custa, com alguma carne...) ficava muito agradecida.
M.L.

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

do Bósforo à Capadócia

Gurme, deģişik lezzetleri tatmaktan zevk almakla kalmayıp, sırtını yasladıģı kültürden de haberdar olanlara denir. Bir meslek olarak görmemek lazım.