terça-feira, 22 de agosto de 2006

[ anti-blog ]

Terça-feira, 22 de Agosto de 2006

A Senhora
Para "desenjoar" e porque a vida não é feita apenas de bloguices [ou porque estes servem para mais que falar deles próprios], dá-se agora início a mais uma categoria, a de digestão rápida.
Começo por um livro comprado na FNAC a preço de saldo [que é ao preço a que compro tudo] e cuja edição de bolso pertence à ASA.
Trata-se do "A Senhora" de Catherine Clément, livro de leitura fácil e voraz a relatar-nos as venturas e desventuras de Beatriz de Luna, aliás, Gracia Nasi, aliás, Gracia Mendes, a responsável pela organização das rotas de fuga dos judeus forçados a saír de Portugal, Espanha e restantes países sob o jugo papal e inquisitorial.
"O nosso verdadeiro nome comum era Nasi, o que significa príncipe. Infelizmente, desde aquela época, já não éramos príncipes, mas sim proscritos."Perseguida pela Inquisição, Beatriz de Luna, ou Gracia Nasi, nascida em Lisboa em 1510, é a mulher judia, jovem viúva de um banqueiro português (Francisco Mendes), que, herdeira de uma poderosa fortuna, vai pôr em marcha um dos mais impressionantes episódios da Europa seiscentista.Enfrentando o ódio dos Habsburgos e dos Papas, que a perseguem até à Palestina, ela é a força que irá proteger os cristãos-novos espoliados da Península Ibérica, à cabeça de um império comercial que, tal como o dos Fugger ou o dos Médicis, vergava a cabeça a reis, embaixadores e aristocratas.Expulsa sucessivamente de Lisboa, Antuérpia, Veneza e Ferrara (onde manda imprimir a primeira Bíblia traduzida para ladino — a célebre Bíblia de Ferrara), A Senhora personifica o êxodo singular dos Marranos, no contexto dos conflitos políticos, comerciais e religiosos da era humanista, num teatro onde se encontram as três grandes religiões do Livro, bem como o Oriente e o Ocidente.Uma das obras mais vendidas em França durante 1992, A Senhora é um notável romance histórico onde, tal como escreveu o Magazine Littéraire, "o mundo mediterrânico ressuscita com a luz, os seus perfumes, o esplendor e a desgraça dos marranos".
[ Edições ASA ]
Vale bem a pena passear pelas cidades visitadas por Josef, sentir-lhes os cheiros e a algazarra característica ou descer á angústia da traição e da fuga permenente. Um bom livro - como digo, de fácil digestão - a levar estas férias por 5 Euros.
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[ cjt ] às 16:16 link do post comentar ver comentários (1) adicionar aos favoritos
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A ERA DOS ENGRAÇADINHOS.
Enquanto os baby boomers se agarram aos anos terminais do seu poder (veja-se o Público de hoje), os seus filhos da "geração rasca" deram origem a uma era dos engraçadinhos. Ser engraçadinho está muito bem representado nos blogues, e vai a par com os Morangos, a Floribela e a nova Gente, no modo actual de ser leve e fácil e borbulhante e popular.
[ José Pacheco Pereira in Abrupto]
O QUE É ESTÚPIDO É MAU
Concentremo-nos no usurpador: a criatura autora do blogue o que pretenderia? Enganar deliberadamente as pessoas. O problema julgo que ultrapassará muito as questões éticas evidentes de utilizar um nome que não lhe pertence. No último post diz que com o blogue pretendia que o MEC voltasse à blogosfera. Se isso é verdade, descobriu a maneira mais tortuosa e ignóbil de o fazer. É no que dá ser estúpido e ter iniciativa.
[ Carla Hilário de Almeida Quevedo in Bomba Inteligente]

REVOLUÇÃO TRANQUILA
Eu sempre achei que Agosto pode ser um mês muito produtivo. E este tem sido. Podem comprová-lo pela revolução tranquila que tem acontecido aqui ao lado na coluna da direita. É verdade que o cemitério de blogues na secção "partidos do passado" tem engordado substancialmente.
[ Jorge Ferreira in Tomar Partido]

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[ cjt ] às 15:26 link do post comentar adicionar aos favoritos
Demonstração 002
Não é necessário ter um blog "de Informação" para se cumprir algumas regras que considero básicas da etiqueta, correcção e, sobretudo, bom senso.
Para publicar uma notícia e uma opinião sobre a notícia existem ferramentas muito boas e que até nos poupam algum trabalho [se não quisermos andar em cima da estética do blog], como o Bloglines, um agregador de feeds que permite o envio de e-mail dos artigos seleccionados para qualquer endereço, inclusivamente os do blog.
Assim, com a opinião acerca do artigo devidamente apartada e com todas as referências possíveis [mantendo alguma personalidade do blog de origem], é possível fazer algo de engraçado.
O exemplo não é o mais imparcial [o blog é meu] mas dá para ver qualquer coisa.
Acerca de situações a evitar existiriam também muitos exemplos mas decidi que este blog não os publicitará.
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[ cjt ] às 14:44 link do post comentar adicionar aos favoritos
Blogosfera - Motivações Básicas II

"Ser jornalista é, antes de mais, pensar. Tentar perceber, encontrar pontes, pontos de ancoragem, entre o que surge como objecto e uma perspectiva própria.
Filtrar em si aquilo que se noticia ou reporta, verter a voz no que faz".
Fernanda Câncio, Para que serve um jornal, DN, 21.7.2006"

A TV dá notícias pela rama, elegendo o sensacionalismo em detrimento da profundidade e da reflexão e apostando tudo na força das imagens? Eis os jornais a diminuir o tamanho dos textos, a segmentá-los em pedacinhos mais deglutíveis, a carregar-se de fotos e infografias como se esse mimetismo não fizesse mais que assumir e apressar a derrota. As pessoas estão cada vez mais ignorantes e lêem cada vez menos? Dêmos-lhes cada vez menos que pensar e menos que ler".Idem, Ibid.
via "Jornalismo e Comunicação"

A Informação Alternativa
O blog informativo é, por excelência, o mais difícil de manter. A sua actualização constante, a sua periodicidade, tornam-no uma ocupação a tempo inteiro.
O seu objectivo principal parece ser o de fazer chegar a informação que não aparece noutros meios ou de desenvolver temas com mais profundidade, recolhendo matéria diversa. Este tipo de blog, no entanto, não consegue, na maioria das vezes, escapar ao cunho marcadamente pessoal do autor sendo, por vezes, apenas mais um blog de opinião.
Não raras vezes, e à semelhança dos restantes orgãos informativos, limita-se apenas a fazer copy-paste da notícia e a despachar uma ou outra opinião sobre o assunto.
A diferença está, uma vez mais, na assinatura e na responsabilidade que esta implica. Nada me impede de ter um blog supostamente informativo que divulgue notícias temperadas a meu gosto. Essas notícias, de uma forma ou de outra, irão parar a um motor de busca qualquer e, dada uma procura de artigos acerca de um determinado assunto, uma qualquer pessoa deparará com o meu escrito, por exemplo, no Google.
Está no meio, o que a fará diferente das outras em termos de fidelidade ao tema, de objectividade? Eu, [ cjt ], sou tão fidedigno como qualquer outro que assine com três iniciais? Eu, Carlos José Teixeira, serei tão autorizado a divulgar objectivamente a notícia e a tecer considerações acerca desta? Claro que sim.
A democratização do sistema informativo [se podemos considerar um sistema] é, neste contexto, um problema. Se eu opto por canalizar informação, devo claramente indicar a sua proveniência e se acho que devo tecer um comentário, devo fazê-lo esclarecendo que este não faz parte da notíca.
A maioria dos blogs de carácter informativo não cumprem estas regras. Limitam-se a divulgar uma qualquer notícia recorrendo à cópia e, mesmo referindo a sua origem [o que acontece em bastantes casos por intermédio de link e não como na "caixa acima"], não se coibem de dar as suas opiniões ainda no corpo do artigo, tornando este uma mera opinião mas de forma que, muitas das vezes, não se distingue muito bem o que é notícia e o que é opinião.
A motivação básica deste bloggers "jornalistas" é a de obterem feedback polémico que sustente as suas caixas de comentários, os seus e-mails e os pay-per-click. Não deve ser confundida com a dos blogs realmente informativos que, apesar de serem milhentos a expor a mesma notícia, não misturam alhos com bugalhos.
A destes últimos parece ser a de realmente oferecerem canais alternativos onde a notícia possa ser aprofundada, desenvolvida e discutida. A opinião cabe ao leitor e só a este.
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[ cjt ] às 08:14 link do post comentar adicionar aos favoritos

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