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Um caniche é um cão irritante que ladra estupidamente quando menos é preciso
"No decurso do último ano escrevemos cerca de uma dezena de reflexões sobre a blogosfera e as suas relações com o jornalismo clássico que lhe pretende bloquear o caminho, marginalizando-a, mesmo tratando-se de actividades que poderiam funcionar mais eficientemente se operassem de forma complementar, e
não, como fazem os media clássicos (por medo e arrogância pessoal e intelectual), recorram ao bloqueio, à omissão da fonte donde esbulham informação e análise - comportando-se com uns verdadeiros cowboys do far-west em pleno III milénio, o que é inaceitável e viola todas as regras deontológicas."
[ Rui Paula de Matos @ Macroscópio ]
"Há uma semana, um post inofensivo no blogue Jornalismo e Comunicação deu azo a uma enxurrada de agressivos comentários anónimos. Julgo que o caso – um entre tantos outros – justifica uma reflexão sobre a proliferação do anonimato na blogosfera.Em termos genéricos, não me faz espécie que um cibernauta comente sob a égide do anonimato. Está no seu direito, até porque os fornecedores do serviço como o Blogger disponibilizam aos promotores de diários digitais ferramentas suficientes para, se assim o entenderem, barrarem o acesso aos comentadores não identificados.
[...] Intrigam-me, porém, os motivos que levam alguém a abdicar da identidade para comentar. No exemplo acima citado, o anónimo mais agressivo argumentava pomposamente que “cada vez é mais evidente que não estamos num país isento de represálias (em particular vindas de grupos e coorporações [Sic]). Universitários e CS podem dar uma mistura explosiva.”Sinceramente, duvido da bondade deste tipo de motivação."
[ Gonçalo Pereira @ Ecoesfera ]
"Eu gostava de dizer que não tenho escrito nada porque estou de férias num qualquer lugar espectacular onde há praia todo o dia e festa toda a noite, mas infelizmente, não.Não tenho actualizado o blog porque estou outras vez a fazer horas extras com fartura, turnos de 12 horas. Pelas minhas contas nos últimos 15 dias trabalhei 128 horas, fora os momentos que la passo que não contam para a estatística. O que vale é que realmente gosto do que faço :-).Espero voltar a ter tempo para ter uma vida pessoal dentro de momentos."
[ Francisco Ferreira @ Francisco Ferreira (na blogosfera) ]
"Na blogosfera como no sul do Líbano: Se estás fodido respira fundo e atira mais um rocket."
[ Luis @ Fenix ]
"Recentemente tenho percepcionado um evento recorrente na blogosfera, este prende-se com o facto de as pessoas já não terem ideias originais no seu frasquinho de maionese por cima dos ombros.Quer dizer... todos sabemos que já não há ideias originais, já foi tudo feito antes... Ou será?Será que assim é? Será que assim foi? Será que assim será?
[...] Existe uma forma de plágio bastante irritante, que consiste não em plagiar o original e retirar todas as referências ao original, mas plagiar o original e deixar todas as marcas identificativas. Cria-se assim um meio plagiar, quase um tributo (porque o plágio é a forma mais sincera de elogiar algo, já dizia a minha avózinha antes de ser comida pelo lobo), mas um PLÁGIO!Existe ainda o plágio tímido, muito apreciado pelos bloggers do wordpress com o seu trackback (ou sistema identificativo de plagiadores como eu gosto de lhe chamar)."
[ "Parvo na Cadeira" @ O Factor F ]
"O nosso verdadeiro nome comum era Nasi, o que significa príncipe. Infelizmente, desde aquela época, já não éramos príncipes, mas sim proscritos."Perseguida pela Inquisição, Beatriz de Luna, ou Gracia Nasi, nascida em Lisboa em 1510, é a mulher judia, jovem viúva de um banqueiro português (Francisco Mendes), que, herdeira de uma poderosa fortuna, vai pôr em marcha um dos mais impressionantes episódios da Europa seiscentista.Enfrentando o ódio dos Habsburgos e dos Papas, que a perseguem até à Palestina, ela é a força que irá proteger os cristãos-novos espoliados da Península Ibérica, à cabeça de um império comercial que, tal como o dos Fugger ou o dos Médicis, vergava a cabeça a reis, embaixadores e aristocratas.Expulsa sucessivamente de Lisboa, Antuérpia, Veneza e Ferrara (onde manda imprimir a primeira Bíblia traduzida para ladino — a célebre Bíblia de Ferrara), A Senhora personifica o êxodo singular dos Marranos, no contexto dos conflitos políticos, comerciais e religiosos da era humanista, num teatro onde se encontram as três grandes religiões do Livro, bem como o Oriente e o Ocidente.Uma das obras mais vendidas em França durante 1992, A Senhora é um notável romance histórico onde, tal como escreveu o Magazine Littéraire, "o mundo mediterrânico ressuscita com a luz, os seus perfumes, o esplendor e a desgraça dos marranos".
[ Edições ASA ]
A ERA DOS ENGRAÇADINHOS.
Enquanto os baby boomers se agarram aos anos terminais do seu poder (veja-se o Público de hoje), os seus filhos da "geração rasca" deram origem a uma era dos engraçadinhos. Ser engraçadinho está muito bem representado nos blogues, e vai a par com os Morangos, a Floribela e a nova Gente, no modo actual de ser leve e fácil e borbulhante e popular.
[ José Pacheco Pereira in Abrupto]
O QUE É ESTÚPIDO É MAU
Concentremo-nos no usurpador: a criatura autora do blogue o que pretenderia? Enganar deliberadamente as pessoas. O problema julgo que ultrapassará muito as questões éticas evidentes de utilizar um nome que não lhe pertence. No último post diz que com o blogue pretendia que o MEC voltasse à blogosfera. Se isso é verdade, descobriu a maneira mais tortuosa e ignóbil de o fazer. É no que dá ser estúpido e ter iniciativa.
[ Carla Hilário de Almeida Quevedo in Bomba Inteligente]
REVOLUÇÃO TRANQUILA
Eu sempre achei que Agosto pode ser um mês muito produtivo. E este tem sido. Podem comprová-lo pela revolução tranquila que tem acontecido aqui ao lado na coluna da direita. É verdade que o cemitério de blogues na secção "partidos do passado" tem engordado substancialmente.
[ Jorge Ferreira in Tomar Partido]
A Informação Alternativa"Ser jornalista é, antes de mais, pensar. Tentar perceber, encontrar pontes, pontos de ancoragem, entre o que surge como objecto e uma perspectiva própria.
Filtrar em si aquilo que se noticia ou reporta, verter a voz no que faz".Fernanda Câncio, Para que serve um jornal, DN, 21.7.2006"A TV dá notícias pela rama, elegendo o sensacionalismo em detrimento da profundidade e da reflexão e apostando tudo na força das imagens? Eis os jornais a diminuir o tamanho dos textos, a segmentá-los em pedacinhos mais deglutíveis, a carregar-se de fotos e infografias como se esse mimetismo não fizesse mais que assumir e apressar a derrota. As pessoas estão cada vez mais ignorantes e lêem cada vez menos? Dêmos-lhes cada vez menos que pensar e menos que ler".Idem, Ibid.
via "Jornalismo e Comunicação"
LÁ VAMOS CANTANDO E RINDO...
Próxima agenda nacional: férias. Férias a seguir a férias, porque isto do Mundial foram também férias. Duvido que este festival de "auto-estima" não dê lugar a uma maior depressão. E não demorará muito tempo.
Os fogos continuam a bom ritmo, matando pelo caminho. Mas, como foram chilenos a maioria dos mortos, sem estarem embrulhados nas cores verde-rubras, não haverá muita comoção. Lá por Outubro, com as primeiras chuvas, com os meninos a ir para a escola, os engarrafamentos, a insuportável banalidade do dia a dia, a bolsa a apertar, as dívidas para pagar, como acontece sempre estas euforias vão azedar-se em múltiplas irritações. E como é que podia deixar de ser assim? O que é que construímos para ser diferente? Onde é que trabalhámos para ter mais? Onde é que poupámos para os dias maus? O que é que aprendemos para nos melhorarmos?
Para onde foi o tempo? A culpa será certamente dos "políticos", como é costume.Volto à minha velha imagem: parece o Titanic, com a orquestra a tocar e a maioria dos viajantes convencida de que é mais um concerto, mais um jogo, mais um Rock in Rio, tudo está bem, curte-se esta cena boa, amanhã se verá. Mais uma cerveja, mais um cachecol, mais uma bandeira, mais um "às armas" que "nós até os comemos!". E a água gelada a subir no porão, atingindo primeiro os da "terceira classe", mas subindo sempre. Sempre.
[in Abrupto, José Pacheco Pereira]