sexta-feira, 12 de setembro de 2003

"Onzes" de Setembro (2) :-


O adufe chama a atenção para uma frase infeliz no meu post anterior.

No segundo parágrafo, afirmo "Sem nada que o fizesse prever, o Público decidiu evocar a passagem dos 30 anos sobre o golpe de estado militar no Chile." Obviamente que a primeira impressão com que se fica é a de que eu acho que não era expectável a referência, por parte da comunicação social, à passagem dos 30 anos sobre o violento golpe de estado militar no Chile.

Infelizmente, a minha intenção não era essa, embora assim o possa parecer. No seguimento do que está escrito no primeiro parágrafo do post anterior, aquilo que eu pretendia afirmar era: «Andávamos nós aqui na blogosfera a discutir a questão do Chile e dos Estados Unidos e de repente acordamos e o jornal Público faz referência aos dois acontecimentos». É nesse sentido que eu considero "inesperado"; no sentido em que se repetiu na biosfera a polémica iniciada na blogosfera. Sobre isto, assumo que as palavras possam não ter sido as mais bem escolhidas.

Mas o adufe ficou incomodado com outras afirmações feitas no mesmo post. Só que sobre essas não há retorno possível.

A referência legítima, por parte da comunicação social, aos 30 anos do "11 de Setembro" do Chile, não siginifica que se possa construir uma ponte simbólica entre um edifício-sede do poder militar americano destruído por um atentado terrorista, e um general chileno assassino apoiado pelo mesmo poder 30 anos antes. Essa simbologia de que terá sido feita "justiça" é o que está estampado na capa do Público. É isso que eu considero uma "pornográfica tentativa de sedução" dirigida a uma certa esquerda em que não me revejo. E, se calhar, é também a essa simbologia que o Pacheco Pereira se refere e até é capaz de ter razão.

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