quarta-feira, 7 de abril de 2004

Código e Educação

Hoje foi o Dia Mundial da Saúde, e parece que foi escolhido como tema as mortes na estrada e os problemas inerentes à Prevenção Rodoviária. Tirando o facto de me parecer um pouco estranha esta escolha, não me parece exactamente um “problema de saúde”, não tenho dúvidas em considerar o tema importantíssimo.
(O que diz respeito à saúde foca-se na eficiência com que as vítimas dos acidentes são atendidas, e isso parece-me uma questão de organização e eficiência de meios – helicópteros, por exemplo, que ainda é um meio raro de recolha de feridos.)
Mas vi discutida na imprensa e sobretudo rádio e TV, com muita insistência, o conhecimento do código nas Cartas de Condução. Com toda a franqueza, não acredito que os acidentes aconteçam por desconhecimento do Código! Admito que, por vezes, acontecem por não se cumprirem as regras, mas não por não as conhecer... É, como muita coisa em Portugal, as leis existem e são boas, só que não se cumprem. E quanto ao código, até acho o exame extremamente exigente e cheio de picuinhas. O que faz muita falta para uma boa prevenção é educação.
É vulgar um condutor conduzir como se a estrada fosse apenas sua e os outros fossem uns importunos, uns “penetras” que estão ilegalmente na sua propriedade. E são esses condutores arrogantes que, por nem pensarem na existência dos outros, muitas vezes provocam acidentes completamente evitáveis. Assim como a condução sob o efeito do álcool. Claro que pode haver excepções, mas o costume de países onde até se bebe muito ao fim de semana, mas sorteiam um elemento do grupo para ficar com a chave do carro – e esse só bebe sumo, parece-me de apoiar. Porque se perguntarmos à pessoa que está a soprar no balão, se está mesmo O. K., ela dirá que sim. É preciso estar mesmo muito alcoolizado para achar que não tem os reflexos impecáveis. E depois é o que se vê.
Não, isto é uma questão de mentalidade e educação e não tem nada a ver com conhecimento das Leis do Código.

M.L.

Sem comentários: