quinta-feira, 1 de abril de 2004

Não se tratem, não...

Mas o que se passa na nossa terra? Por vezes tenho a sensação que regredimos alguns séculos e vivemos uma constante “caça às bruxas”. Do velho estereotipo “bom povo” hospitaleiro, tolerante, generoso, caímos agora no extremo de desconfiança permanente onde cada ser humano pode ser um perverso em vias de actuar contra a inocência desvalida.
Vou contar uma história que se passou há poucos dias.
Local – Um Jardim de Infância, em Lisboa, local central.
Hora – Cerca das 11da manhã, hora de recreio.
As crianças brincavam no jardim do infantário que é contornado por um gradeamento e reforçado por uma rede. O portão só abre por dentro e o trinco está fora do alcance das crianças. Passa uma senhora que conversa com uma das crianças, sob o olhar da educadora que não se aproximou. Após uns minutos de conversa, a senhora bate à porta e pede para falar com a Directora. No gabinete desta, prega-lhe uma enorme descompostura, exaltadíssima, que aquelas crianças estavam em grande perigo. A directora fica atónita, até perceber que essa senhora achava gravíssimo a educadora não ter corrido a afastar a criança, porque se ela fosse mal intencionada poderia ter dado ao menino algo que lhe fizesse mal! Aquilo tinha sido uma experiência e queria apresentar uma queixa.
Não inventei nada. Esta história é mesmo verdadeira, e eu nem faço comentários.
M.L.

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