Mas por último, uma das novas ordens teria graça se não fosse as consequências para um normal funcionamento dos serviços.
Até há pouco tempo, quando um aparelho não funcionava, telefonava-se para a empresa de manutenção, o especialista lá aparecia mais tarde ou mais cedo e o problema resolvia-se. Os "serviços centrais" acertavam depois contas deste trabalho.
Mas acontecia que, de vez em quando, o tal especialista que vinha consertar o fax, a fotocopiadora, lá o que fosse, considerava que não havia bem avaria, era qualquer coisa mal feita sem grande importância e cobrava apenas a deslocação. Perante isso, uma bela ideia surgiu na mente dos nossos chefes para poupar uns cobrezinhos – nesses casos, a deslocação passaria a ser paga por quem chamou o técnico! Ou seja, ou é uma coisa séria, com substituição de peças ou talvez uma intervenção demorada, ou então tenham mas é juízo e desenrasquem-se sozinhos!
Não é preciso saber ler os astros para prever o que aí vem. Se uma máquina tiver um problema, daqui para a frente, vai ficar posta em sossego e ninguém lhe mexe. Porque o funcionário, que não sabe o que ela tem, vai pensar “se calhar é sério e vale a pena chamar o especialista... mas se não é? Como é que eu sei? É coisa difícil? Se calhar não é... Ai, Jesus, o que é que faço? Chamo ? Ná, o melhor é ficar assim... Olha não se usa, paciência.”
Brilhante, não será? É assim que se quer uma Administração Pública expedita e de resposta pronta e eficiente. E “as economias” daqui resultantes são risíveis, mas grão a grão vai dar para comprar mais um topo de gama para um senhor ministro.
P.S.
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Ideia: e com umas marteladas no tal aparelho se tornasse de facto a avaria mesmo grave? Estava tudo safo!
M.L.
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