Ontem, por motivos familiares, fui ao cinema ver um filme chamado “A Casa Assombrada”. Não, não vou entrar no campo da crítica de cinema, outro dia será. O que me deixou inquieta foi aquilo ser um filme da Disney, com o Eddie Murphy, e com todas as indicações de se tratar de um filme bom para meninos. Era Comédia/Fantasia. Eu ia tranquila quanto a isso, e apesar de uma voz amiga, me ter dito “tens a certeza de que não é mesmo assombrada?” ia muito convicta de que era tudo a brincar e muito levezinho. Bolas, o Gasparzinho também era um fantasma, não era? E não me lembro de ouvir falar em crianças que tivessem pesadelos com o Gasparzinho.
Pois bem, os fantasmas, de facto, podiam ser vistos por qualquer idade. Uns perfeitamente reais que, plofft, desapareciam em nuvem, outros transparentes como no Harry Potter. Quanto a fantasmas, no problem, qualquer criança de hoje come-os ao pequeno-almoço
Mas há uma sequência, muuuuito prolongada, passada numa cripta/túmulo de um cemitério que, aviso quaisquer pais para terem cuidado. O Eddie tem de abrir um túmulo e tirar uma chave. Só que a chave está “enterrada” no corpo de uma espécie de múmia que cria vida própria. E. segundos depois, ele vê-se perseguido por hordas de criaturas, naquele estado semi-putrefacto onde ainda não são esqueletos mas estão em estado avançado de decomposição. Talvez fosse para ter graça, o medo do Eddie, mas o que vi à minha volta foi muita gente a fechar os olhos e agarrados às cadeiras.
Acabou bem, é claro. Mas, à saída, os sorrisos que vi eram muito amarelos.
Alguém me diz qual a vantagem daquelas imagens? Exorcizar o medo da morte? Rir com o horror? Atenção, era para crianças, era da Disney!
.
M.L.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário