Parece que hoje é Dia dos Namorados. Na idade média as pessoas guiavam-se pelo santo do dia. Como havia milhares de santos havia um para cada dia e ainda sobravam milhares... Na actual sociedade substitui-se o santo por uma ideia, profissão etc. Alguns muito bem intencionados mas sem qualquer importância porque ninguém liga. É um pretexto para se falar do acontecimento mas no resto do ano quem se lembra do dia do não-fumador, o dia do peão ou dia do bombeiro (só quando há fogos, é claro) Mas, o que me incomoda um pouco são os “dias” importados e acarinhados pelo comércio para se ganhar mais algum. Este é um deles. S. Valentim e os namorados era lá com os saxões. Até há uns anos nunca tal por cá se falou. Mas é que os nossos feriados não são tão consumistas, estão a ver? Sto António, São João São Pedro, dá para uns manjericos, para uns alhos-porros, umas jantaradas mas pouco mais a nível de compras. Quanto ao Dia do trabalhador que festejamos depois do 25 de Abril (dantes festejava-se com uma carga de pancada da polícia) não dá para comprar nada. Até o Dia da Mãe, (e do Pai, e agora dos Avós, e deve vir o do Mano, o do Padrinho, do Tio, do Primo... viva a Família, que essa já tem Dia - 15 de Maio ) também já entrou no consumismo. Já não é a flor e o beijinho, é o valente eletrodoméstico.
E depois estranham que os portugueses andem cheios de dívidas? Viva o Amor, os namorados e S.Valentim, mas com beijinhos que não se compram nem vendem.
M.L.
sábado, 14 de fevereiro de 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário