domingo, 15 de fevereiro de 2004

Cuspir...para onde???

Apesar de em momentos de irritação haver quem pense que se está a andar para trás, ou que a vida “dantes” era melhor do que hoje, creio que a maioria das pessoas sabe que não é assim. Eu sou das que acha que a vida hoje é bem mais cómoda e fácil do que nos séculos anteriores! E, de um modo geral, as regras de civilidade caminham nesse sentido. Vem isto a propósito, de ter ouvido a conhecida expressão cuspir para o ar ( idêntica a “quem semeia ventos”) e achar que quanto mais civilizado se é menos se cospe. É uma coisa cultural e educativa. Eu não cuspo. E o meu filho não cospe. E creio que os meus netos não cuspirão. Mas... há uns séculos era tão normal e necessário que até havia uns objectos chamados “escarradores” – creio que ainda se encontram em antiquários. Um pouco como os actuais cinzeiros, eram umas tigelinhas de loiça ou de metal, e usavam-se para cuspir lá para dentro uma vez que para o chão de um estabelecimento, escritório, etc, era feio. Hoje, dentro de casa realmente já não se faz, mas na rua, é constantemente. Já repararam nos corredores do metro? E nunca viram num sinal vermelho o condutor – por vezes de um carrão de marca – abrir o vidro e mandar uma forte cuspinhadela cá para fóra? Vamos ter esperança e acreditar que com o passar do tempo o controlo vai aumentar e as nossas ruas ficam mais limpas. Que, por enquanto...
M.L.

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