segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004
Sempre-em-pé
Quando eu era criança lembro-me de ver uns brinquedos chamados sempre-em-pé, coisa muito simples mas engraçada: era como 2 bolinhas de ping-pong coladas, numa estava desenhada uma cara, e na outra uns traços correspondiam ao corpo. Na base do “corpo” havia uma substância pesada, e como o conjunto era muito leve, mesmo que se deitasse o boneco, ele imediatamente se “punha em pé”, porque o corpo era mais leve que os pés.
Quem se dê ao cuidado de prestar atenção ao que dizem pessoas que ligam para programas de rádio ou alguns “interactivos” (?) de TV, ouve muitas vezes este tipo de diálogo:
- Bom dia, caro ouvinte. Então, bem disposto/a?
- Sempre!!!
- Óptimo, isso é que se quer.
........etc.
Fico sempre a pensar que não ouvi bem. Alguém que esteja SEMPRE bem disposto só pode ser um totó. E ainda por cima com o aplauso risonho do animador que fala com ele. Mas lá que este diálogo é frequente, ai isso é.
Dado o ar feliz e contente do “nosso primeiro” só me dá para lembrar os sempre-em-pé ou, na versão moderna, os sempre-bem-dispostos.
Será que estes senhores andam num mundo real? Só ouvem e vêm aquilo que querem? Os “sempre-em-pé” tinham pés de chumbo mas a cabeça era muito levezinha – pois se era oca!
M.L.
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