sexta-feira, 5 de março de 2004

Civismo, Educação e Estacionamento

Conduzir um automóvel é um dos actos mais sérios da vida em sociedade. Por isso é que para se ter licença de o fazer, se tem de tirar uma carta de condução. É certo que nos podemos imaginar num rali através do deserto onde tudo é nosso, mas desçamos à terra e temos de concluir que a esmagadora maioria dos condutores o faz em estradas ou ruas onde circulam os seus semelhantes. Sabendo isto, acho que tanto ou mais importante que fazer obedecer às nossas ordens o”bicho” onde nos sentamos, é respeitar os direitos dos que connosco partilham as mesmas estradas ou ruas.
É certo que o estacionamento em Lisboa é, no mínimo, difícil. São raros os prédios com garagens, os parques são poucos, e os gratuitos pouquíssimos. A EMEL lá disciplina através de pagamentos o pequeno estacionamento que vamos encontrando. E sabemos como os seus fiscais andam de cronómetro em punho a controlar se o tempo que pagámos foi ultrapassado. Por isso, porque até sou cumpridora, goste ou não goste, me irrita profundamente uma classe de “chicos espertos” que descobriram a pólvora: quando precisam de ir a qualquer sítio, não estão de modas, deixam o carrinho onde lhes dá jeito com os 4 piscas ligados (às vezes nem sequer isso) e vão à sua vida. Eu tenho reparado, que se dão até ao luxo de ligar o alarme. Não é ir num pulo comprar o jornal, ou tocar à campainha para o filho descer a escada. Ná. É mesmo para ir almoçar, cortar o cabelo, escolher a prenda para o dia da mãe...
Desculpem, mas eu passo-me completamente com as segundas filas. Já tenho ficado bloqueada (eu, que PAGUEI O ESTACIONAMENTO! ou às vezes à porta da minha casa) mais de meia hora até à chegada do meu carcereiro, calmamente a palitar os dentes. E o curioso é que creio que a EMEL nestes casos não actual porque eles não estão a ocupar o “seu” espaço. É claro. Estão a ocupar é a faixa de rodagem!
M.L.

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