quarta-feira, 31 de março de 2004

"A minha política é o trabalho"

Apesar de já ter as minhas ideias sobre o assunto, esta notícia do D.N. veio confirmar as minhas convicções. Com honrosas excepções dos "jotinhas" dos partidos, e muitos jovens que se envolvem em movimentos anti-globalização, ou de algum modo pacifistas, a verdade é que a juventude, e não só a portuguesa, parece desacreditar no instrumento base da democracia que é o voto popular. De uma forma geral, segundo a expressão popular "não sabem, não querem saber e têm raiva a quem souber". Transmitem a ideia de que a política "é suja", os políticos têm inúmeros defeitos ( como se as outras profissões os não tivessem) e sobretudo não há nada a fazer, o melhor é afastarem-se e ignorarem esse mundo esquisito e aborrecido. Quando se lhes diz, que essa atitude também é uma atitude política ficam furiosos e nem se consegue explicar o nosso ponto de vista. Já estou fartinha de ter passado por isso...
Só à minha volta estou a lembrar-me de 4 casos, e em famílias onde o modelo não é esse. Um jovem muito inteligente, num ano adiantado de engenharia informática estranhou que a manifestação de 20 de Março pudesse não ter autorização. "Mas é preciso autorização? Isso era antes do 25 de Abril!"; outro, também muito inteligente, interessado por muitas coisas e a terminar um curso de realização de cinema, "não teve tempo para se recensear"
Às vezes, por maldade vem-me à cabeça, a ideia de se alterar a idade de 18 para 25. Eles dariam conta? Tanto imagino que começavam a protestar e aí se interessavam como, o provável, é que nem dessem por isso. A sua política pode "não ser o trabalho", mas são obviamente outros interesses que não passam pela intervenção social.
M.L.

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