Embirro com ideias feitas.
Esta é uma frase parva porque ninguém gosta de ideias feitas, já o nome é ofensivo! Só que as nossas são originais e correctas, as dos outros é que são "feitas"... Mas creio que me faço compreender: há muitas noções que, porque são partilhadas por uma maioria, são tidas como verdades incontestáveis e nunca nos interrogamos sobre elas.
Ultimamente andamos a recuperar o conceito de auto-estima. E isto porque durante muitos e muitos anos, era considerado egoísmo e feio, pensarmos em nós. A pessoa bem formada pensava sempre primeiro nos outros e deixava-se ficar para último. Era assim que "devia ser". Até que houve quem protestasse, que por exemplo não se podia dar o que não se tinha e quem não recebia amor dificilmente o dava, etc., etc. A conhecida história/metáfora de que num avião um adulto acompanhado de uma criança, se fôr necessário recorrer às máscaras de oxigénio deve primeiro colocar a sua e só depois, lúcido, colocar a da criança. O que quer dizer que vai tudo no mesmo sentido, para se viver em sociedade temos de gostar dos outros mas também, e se calhar primeiro, gostar de nós mesmos. Uma volta de quase 180 graus.
O que é giro, é que se cumprirmos os célebres "mandamentos" - e nada mais correcto e isento do que os mandamentos da lei de Deus - diz-se que os 10 se podem resumir em "Amar a Deus sobre todas as coisas" e...."Amar o próximo como a nós mesmo". Não vem cá com ideias de amar mais do que a nós! É tal e qual - ao próximo como a nós mesmo.
M.L.
quarta-feira, 10 de março de 2004
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