Uma coisa que me incomoda nestes movimentos “Pró-vida” (ou pró-prisão como os adversários lhe chamam) é que enchem muito a boca com todos os possíveis Apoios ou Ajudas à Grávida, mas não falam na Ajuda à Criança.
Ora, pelo que entendo, a mulher que não deseja uma gravidez não é pela gravidez em si, isso são 9 meses que se passam com maior ou menor incómodo. O grave é depois.
É o preço exorbitante dos infantários, porque os oficiais são quase inexistentes. É o custo do vestuário e das fraldas. É o arranjar tempo para dar a verdadeira atenção que qualquer criança merece. É o comprar e preparar convenientemente a sua alimentação. É a disponibilidade e paciência para a educar com valores e regras correctas. É conseguir que o patrão lhe dê as férias de acordo com as férias escolares. É tempo e capacidade para o acompanhar nas suas aprendizagens escolares.
...bem, acho que paro aqui, porque já me entenderam.
Um filho é algo de precioso que, quando vem no momento certo, parece um milagre. Quando o desejamos, a nossa vida reorganiza-se em função dele, tudo vale a pena, é magicamente o centro dos nossos interesses. Mas para que isso suceda os pais não podem pensar que é “um sacrifício”. Quando tal acontece, a criança não é amada, e com isso sim, com isso era importante preocuparmo-nos. Toda a criança tem o direito a ser amada. Tem o direito a ter os seus bens fundamentais – comida, teto e agasalho – mas sobretudo afecto dos adultos que cuidam dela. E disso não me parece que os “Pró-vida” cuidem lá muito. Não nos esqueçamos que estes movimentos nascem numa Direita, que em Espanha gritava “Viva la Muerte!”
M.L.
quinta-feira, 4 de março de 2004
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