domingo, 28 de março de 2004

Ora chega, chega, chega, ora arreda lá p’ra trás





Na Primavera e Outono temos uma dança das horas especial. Costumamos refilar, o refilanço faz parte da nossa natureza, mas a verdade é que estamos acostumados e ano onde isto falhasse toda a gente ia estranhar e os protestos seriam ao contrário. No tempo do Cavaco houve uma alteração que caiu muito mal! Tão mal que não se repetiu.
Também já se sabe que, quer atrase quer adiante, nunca agrada ( ou desagrada ) a todos. Quando há mais luz de manhã, gostam os que se têm de levantar cedo e custa tanto saltar da cama com noite escura... Dizemos que “é outra coisa”, um raiozinho de sol de manhã dá outro gosto à vida! Mas como o tempo não estica, nessa altura também passa a anoitecer mais cedo o que põe de mau humor outra fatia de portugueses. Só um parêntesis, que se o tempo não estica muitas vezes parece que encolhe!
Hoje, Domingo, caminhamos ao contrário. Vamos acordar com menos luz, mas também para compensar vai anoitecer “mais tarde”. Isto merece aspas porque o que tem graça é que anoitece e amanhece sempre na mesma altura: quando o sol se levanta ou se põe. A natureza é muito regular e certinha, os homens é que têm manias! O que dança são os nossos relógios, uma invenção do homem. É a mais pura das convenções.
Contudo, segundo essa tal natureza, é bem verdade que as horas de luz vão aumentando daqui para a frente. Para os amantes da noite pode ser uma perca, mas eu confesso que adoro as tardes enormes, as horas do entardecer que parecem arrastar-se numa grande preguiça, onde parece haver tempo para tudo. Viva a luz, aleluia vem aí o Verão.
M.L.

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